A Análise Reichiana tem suas raízes no trabalho desenvolvido pelo médico Austríaco Wilhelm Reich, nascido em 24 de março de 1897 na Áustria-Hungria. Reich foi membro da Sociedade Psicanalítica por 14 anos, chegando a ser considerado um dos alunos mais promissores de Freud.
Foi na clínica, por meio da observação de seus pacientes, que Reich percebe que o corpo assim como a mente, também precisa fazer parte do processo terapêutico. Tendo como premissa esta compreensão ele desenvolveu um caminhar analítico conhecido como Análise do Caráter que consiste fundamentalmente em compreender os traços de caráter; papéis que indivíduo aprende a assumir desde criança que em conjunto com suas resistências permanecem em sua maior parte da vida adulta; particularidades estas que se manifestam por meio de gestos, posturas, tom de voz, andar, gesticular, enfim sua maneira de agir no mundo.
Para Reich a noção de caráter é descrito como uma atitude psíquica particular para com o mundo externo típica de cada indivíduo, ou seja, o modo de existir específico de uma pessoa e a sua finalidade é proteger o ego dos perigos internos e externos. Como o resultado deste modo protetivo automático de agir e reagir surge a Couraça de Caráter; que nada mais é do que uma armadura psíquica que limita a mobilidade emocional e mental do indivíduo como um todo.
Ao reconhecer a Couraça de Caráter dos seus pacientes, Reich também conseguiu localizar por meio de tensões a manifestação anatômica da armadura psíquica, revelada no corpo pelas tensões musculares crônicas cuja função é limitar o movimento, a respiração e a emoção. A couraça de caráter e a couraça muscular são funcionalmente idênticas, segundo Reich ambas têm a função de evitar e desprazer e servem como defesas protegendo o indivíduo de experiências emocionais ameaçadoras e dolorosas.
Através da Análise Reichiana é possível mesclar uma parte verbal, buscando sempre aprofundar na queixa e conhecer a história do paciente. Por outro lado, também trabalha sobre o corpo. Isso é feito por meio de pequenos movimentos sutis propostos ao cliente.
Aqui a intenção é buscar os pontos de tensão (couraça). Depois disso, a energia volta a circular novamente, restabelecendo dessa forma a saúde física e psíquica da pessoa. Tais tensões corporais podem ser vistas como uma série de constrições, cuja função é limitar o movimento, a respiração e a emoção.
Referências:
REICH, W. Análise do Caráter
VOLPI, J.H; VOLPI, S.M. Reich: da Psicanálise à Análise do Caráter
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